terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Gostar da SuperClassic

Correr na SuperClassic é uma forma de prazer, diversão e competição. Esses motivos fazem com que os pilotos, mecânicos e preparadores envolvidos com a categoria fiquem revoltados quando aventureiros e dirigentes da FASP resolvem mudar ou mexer na categoria.
Hoje descobri que a SuperClassic tem seguidores. Pessoas anônimas que vão aos autódromos assistir nossas provas.
Os pilotos associados da APTA tem um grupo para troca de e-mails e hoje o Flávio Gomes enviou uma mensagem que vale a pena ler. Publico na íntegra, devidamente autorizado pelo Flávio.
Leiam e comentem, por favor.

"Meninos, repasso a mensagem que recebi, para que todos tenham uma noção de como a nossa categoria cresceu e tem importância para muita gente.

abs

FG

Olá, Flávio.
Sou o Tennysson de Pindamonhangaba/SP. Já escrevi alguns emails, comprei seu livro e acompanhei seus ultimos 3 anos na Superclassic. Mas, mesmo assim, tenho quase certeza de que não se lembra de mim, pela quantidade pessoas que devem escrever para você.

Mas isso não importa. As vezes, deixamos passar alguns sentimentos, sem contar para ninguém, e, quando percebemos, já se passaram dias, meses ou anos do acontecimento. Então, torna-se meio inócuo revelá-los aos interessados. Não vou deixar que isso ocorra, desta vez. Não depois de ler seu post "NÃO, A SUBARU NÃO!" (16.12.08).

Acompanhei pelo blog sua viagem a Argentina, para acompanhar o WRC. E sei extamente da sensação que você descreveu no post de hoje.
"levam milhares de pessoas às estradas por onde passa o Mundial de Rali, pessoas que saem de casa no frio, na chuva, no sol a pino, na poeira, no barro, na neve, e elas acampam por vários dias com mulher e filhos, apenas para ver, por segundos fugidios, os carros azuis passando à sua frente atravessados, indomáveis, selvagens".

Pois bem. Sei extamente que sensação é essa, pois vivo a mesma coisa quando vou a Interlagos acompanhar a Superclassic. Saio de casa as 05:00 hrs, para poder ter acesso aos boxes e ficar mudo no meu canto, acompanhando a movimentação dos pilotos/mecânicoa. Ouvindo os motores rasgados. Sentindo o cheiro de óleo e pneus queimados. Decorando os nomes dos pilotos e os numeros de seus carros. Parando ao lado dos grupos, simplesmente para ouvir as histórias daqueles e de outros inúmeros pilotos que por ali passaram. Eu volto das etapas da Superclassic, assim como você voltou da WRC. Maravilhado. Pois, para mim, a superclassic é sinônimo de automobilismo verdadeiro, daqueles em que a competição está SEMPRE acima dos resultados.
É certo que devo à você, muito da minha paixão pela Superclassic. Foi pelo seu blog que a conheci e pelo seu blog, a acompanho. Por isso, me senti ainda mais confortável para escrever este email. Sua exclamação "NÃO, A SUBARU, NÃO" retrata fielmente o que senti quando você publicou no blog que não ia mais correr pela Superclassic (tanto é, que fui em Interlagos acompanhar a ultima corrida do #96, assim como fui ver, in loco, a estréia do #69).
Bom, é isso. Achei que deveria escrever, pois seu post retratou exatamente o que sinto em relação à Superclassic.
Aproveito para agradecer por ter me passado o telefone da LF e a dica de conversar com Nêne (nem sei se você se lembra). Fiz uma visita à oficina no dia 6 passado. Devo dizer que fui extremamente bem atendido e que conversei por horas com ele, ouvindo as muitas histórias da Superclassic e conhecendo seu deslumbrante acervo de carros. De fato, aquela garagem é fantástica. Foi uma manhã de sábado muito legal.
Bom, Flávio, valeu. Valeu por me fazer torcer pelos carros antigos. Valeu por me fazer sair de casa no frio, no calor, no sol, na chuva, no inverno, no verão para ver suas corridas. E, principalmente, valeu por não fazer igual as montadoras. Obrigado por ficar.

Feliz Natal. E que o Ano Novo venha cheio de vitórias, tanto em sua vida, quanto nas pistas.
Abraços.
Tennysson Arantes

Pindamonhangaba/SP"

7 comentários:

Renato Giordano disse...

Maravilhoso Aroldo... Por isso é que não podemos deixar tudo acabar assim, nas mãos de pessoas acostumadas a destruir categorias...
Precisamos nos unir e mostrar nossa força...
Abs.

Aroldo Teixeira disse...

Concordo com vc, Renato. A união dos verdadeiros "Superclassiqueiros" é o único fator que vai manter a categoria.
Abs
AT

Anônimo disse...

Olhaí o que ninguem vê.
Todo mundo enxerga, mas poucos de fato vêem.
O público é imenso, disperso e apaixonado, e com a maioria tímida, que sequer se manifesta, apenas comparece e acompanha.
A dirigentaiada jamais soube o que fazer com a paixão, são uns incompetentes de carteirinha.
Mas até cabe um desconto pra essa incompetencia e safadeza: Até o futebol é assim, e apenas agora os clubes começam a pensar e atuar com um marketing mais agressivo, mais focado.
Cabe a nós, independentes e lúcidos fazer bom uso desse público imenso e inexplorado (no bom sentido), fazer valer essa paixão de milhares e transformar uma corrida secreta em uma grande festa pra quem gosta. E começar a "criar e acompanhar" aqueles que começam a gostar.
É fácil, basta querer.
Contem comigo sempre, pra variar, "tô" dentro.
Claudio Ceregatti

Aroldo Teixeira disse...

Ceregatti,
É bom saber que a Super Classic tem um público cativo e dedicado. Vamos sempre atender e incentivar esse pessoal.
Abs
AT

Marcelo #70 disse...

Aroldo, nem imaginava que houvesse pessoas apaixonadas pela Classic como o Tennysson, para mim era coisa de meia duzia de expectadores trazidos pelos pilotos. Fico feliz em saber que a Classic tem essa dimensão! Aproveito se o Tennysson ler este blog tenho o maior prazer de recebe-lo e conversar, só passar no Box 18 do preparador Stanley Wessler.
Marcelo Monte piloto do fusca#70

Anônimo disse...

Aroldo,

realmente muito legal essa declaração de amor à nosssa Superclassic.
Acho, como muitos, que devemos nos unir e esquecer as picuinhas para fortalecer a nossa categoria.

Abração,

Rogério Tranjan
Passat #44

disse...

Ceréga, como ele existem muitos. Conheço alguns, os coloco dentro nos boxes, dou dicas e credenciais, sempre respeitando o que mais gostam, que é curtir e ficarem na deles, no ananimato. Para terem uma idéia, O Flavio e eu quase matamos o Ajinomoto de Londrina na etapa de novembro. O Cara me sai de Londrina, se perde em Sampa, chega no autódromo, é barrado na portaria, assiste a prova ali no Sargento, na grade e manda e mail contando e falando que foi legal a prova. Qdo. vamos para Londrina, esse cara, como o pessoal de lá, nos ajudam, fazem de tudo para nos atender.
Uma sugestão, para interargir mais o público, e fãns mesmo, seria batalharmos para se liberar a área superior dos boxes, com horário para visitação, e se divulgar oficialmente isso. Isto pois, nas arquibancadas, ficam sem banheiros, tendo de caminhar até bares na redondeza para comprarem um lanche. E muitos vão com famílias e crianças.